Os Caminhos do Visionário e do Guerreiro Interior (parte 2 de 2 partes)= final
O elemento desta Direção é a Sagrada Substância
do Deus Agni, o Fogo, que guarda o Caminho do Visionário. Reverenciar a Direção
Leste é conectar-se com a energia que nos impulsiona para a grandeza de
espírito e para a Transcendência.
A Estação do ano é a Primavera, a estação do
desabrochar da vida, a Estação que simboliza o despertar. O despertar da Consciência
Cósmica. O instrumento é o sino, pois com ele o xamã aprende a sintonizar seu
espírito ao Sagrado Som do despertar. AUM.
A cerimônia presente nesta Direção é a
Consagração do Cachimbo, que representa o Poder da Paz, assim como, a conexão
com os nossos ancestrais. No término do percurso da Direção Leste, uma chave
estará à nossa espera. A chave que abrirá o Portal Interdimensional da
Transcendência Cósmica, que sela nossa passagem para outros níveis de
consciência e percepção. Atravessando este Portal conosco estarão todos os
nossos guias e mentores espirituais. Pois todos eles, assim como nós, querem
tocar os pés de lótus do Grande Espírito.
Muitos são os Caminhos que nos levam à
Transcendência, à Iluminação. Porém,
todos exigem do Buscador, dedicação e o
desejo sincero de adentrar à Morada Eterna Transcendental do Grande Espírito.
Muitos serão os eleitos, mas poucos serão os convidados à adentrar esta Morada
Eterna Transcendental. Para adentrá-la o andante precisará percorrer todas as
Quatro Direções do Sagrado Caminho do Xamanismo Ancestral, primeiramente,
desligar-se do passado e do falso ego, abster-se do auto grau de importância,
do apego material ilusório e se entregar ao servir. Servindo, aprenderemos o
dom da gratidão. E sendo gratos, compreenderemos que Todos nós Somos Um com o Todo. Reconhecendo que Somos
Apenas Um, compreenderemos “a verdade” do Grande Espírito, e uma vez
compreendida esta “verdade” e posta em prática, nada mais nos resta nesta existência
material a não ser retornarmos para a Morada Eterna Transcendental.
Esta é a Sagrada Direção que o Xamanismo
Ancestral vem explorando durante toda a existência, concentrando todos os seus
esforços, ensinamentos e devoção ao Grande Espírito, para iluminar os corações
dos Buscadores sinceros e para o bem estar de toda a Humanidade.
Atributos da Direção Leste:
O ensinamento da Direção Leste é dizer a
verdade, sem culpar nem julgar. A verdade que não julga mantém nossa
autenticidade e desenvolve nossa visão e intuição interiores.
Divindade: Surya (Deus Sol)
Escritura: Yajur Veda
Elemento: Fogo
Cor: Amarela
Simbolismo: Vida, nascimento, fertilidade e
energia
Recurso humano: Visões e certeza
Tipo de meditação: Caminhando
Estilo de vida: Correto posicionamento
Caminho quádruplo: Dizer a verdade
Bálsamo de cura: Canto
Erva: Alecrim
Instrumento: Sino
Pedra/Mineral: Rubi
Estação: Primavera
Ao nos defrontarmos com a morte e
experimentarmos o vôo do espírito, identificamo-nos com o Eu imortal e
transcendente, libertamo-nos das garras do medo e requisitamos uma vida de
plenitude, porque a morte já não nos pode requisitar. Este é o ponto de morte e
transformação. Aqui, exercitaremos a entrega e o desapego. O xamã que trilha
esta Direção não apenas se liberta para viver integralmente o presente, mas
sabe também que caminho tomar, quando a morte vier, e ela também o reconhecerá.
É no Oeste que o corpo e o espírito, se separam. Isso significa morrer com
consciência, de olhos abertos. Quando morremos com consciência, deixamos para
trás o invólucro e nos identificamos com seu conteúdo. Esta Direção é a “Morada
dos Sonhos e do Silêncio”. É neste território, que aprendemos a estar abertos e
a não nos prendermos aos resultados. Isso é, desapego, e desapego é sabedoria.
É neste caminho que colocamos em prática o aprendizado da confiança, adquirida
ao trilhar a Direção Sul.
Enfrentamos o desconhecido, que tememos acima de
tudo: Medo. Assim, os xamãs nascem duas vezes, uma da mulher, outra do sagrado
útero da Mãe-Terra. Transcendemos o jogo das sombras, ao qual denominamos de
realidade biológica, e nos identificamos com a força divina, descobrimos que
somos “seres de luz”, de que poderemos morrer com consciência, morrer para carne
e renascer no espírito, no espírito que reivindicamos e com o qual já tivemos
contato. É na experiência da vida através da morte que nos tornamos guerreiros
espirituais e nos identificamos com a força da vida.
A Direção Oeste nos proporciona sabedoria, e
esta será apenas alcançada quando o xamã aprender a sentir-se à vontade diante
de situações desconhecidas.
A introspecção e a interiorização são os
processos de aprendizado utilizados ao trilhar esta Direção.
O elemento vivenciado aqui é a água, que
representa nossas emoções mais latentes. O Outono é a Estação que nos prepara
para o Inverno, para as noites frias que hão de vir. Aqui o instrumento são as
varetas e os ossos, para que possamos desenhar no chão da caverna escura nossos
reais sentimentos. Com paciência, calma e solidão. A cor preta simboliza a
escuridão vivenciada pelo nosso ser interior. Pois só olhando para dentro, o
lugar onde estão todas as respostas, encontraremos a energia de poder que
sustenta todas as nossas forças de manutenção, de vida e de morte.
Ao percorrer esta direção o xamã desenvolverá o
dom da visão, compreenderá seus sonhos e emoções. Assim como a auto-compaixão,
renovação espiritual interior e imaginação serão também desenvolvidas. Trilhar
a Direção Oeste é sentar-se para compreender o conhecimento das suas “verdades”
pessoais e para acessar as respostas internas apresentadas pelas questões do
mundo exterior, às quais, somente através do silêncio poderemos ouvir.
É apenas aqui, na Direção Oeste, que
permitiremos abrir mão do controle imposto pelo nosso falso ego. Aqui nos
entregamos confiantemente às mudanças que advêm dos ciclos naturais da vida e
da morte.
A Direção Oeste do Sagrado Caminho do Xamanismo
Ancestral nos oferece desenvolver o dom da coragem como o melhor meio para
superar o medo, que é na verdade, o maior impedimento para se viver uma vida
plena de amor e gratidão pela Eternidade.
Atributos da Direção Oeste:
O ensinamento da Direção Oeste é mostrar-se ou
optar pela simples razão de estar presente. O estar presente nos permite ter
acesso aos recursos humanos do poder, presença e comunicação.
Divindade: Pritivi (Deusa da Natureza)
Escritura: Veda
Elemento: Terra
Cor: Preta
Simbolismo: Morte, transformação e germinação
Recurso humano: Sabedoria
Tipo de meditação: Sentada
Estilo de vida: Ritmo adequado
Caminho quádruplo: Aberto aos resultados
Bálsamo de cura: Silêncio
Erva: Artemísia
Instrumento: Varetas e ossos
Pedra/Mineral: Hematita
Estação: Outono
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Prof.Thunna B.Kumara, Xamã |